terça-feira, 21 de agosto de 2012

Língua escrita: quais são as situações didáticas mais adequadas para a Educação Infantil?

Na Educação Infantil, a escola deve assegurar o contato das crianças com a língua escrita
Desde muito pequenas, as crianças entram em contato com várias informações sobre o sistema de escrita e sobre a linguagem que se escreve nas diversas situações do cotidiano – nos livros de histórias que os pais leem para elas, nos outdoors espalhados pelas cidades, nas placas de trânsito, etc.
Cabe à escola, então, a intencionalidade e fazer a organização didática que assegure o contato e a vivência dessa criança com a língua escrita, elaborar atividades ajustadas aos saberes dos pequenos para que compreendam cada vez mais o funcionamento do sistema de escrita e conheçam os diferentes textos para se apropriarem da linguagem que se escreve. 

Na escola organizamos assim:

No infantil I o foco do trabalho, logo no começo do ano, é a escrita do professor à frente das crianças (na lousa ou em um bloco de sulfite A2) e a escrita pela criança do próprio nome.  Na minha escola, oriento às professoras a escrever na lousa enfatizando o que e para que está escrevendo. Recomendo a elas que sempre digam aos alunos o que estão fazendo, por exemplo, “Hoje nós vamos ouvir a história A Bruxa Salomé, vou escrever aqui na lousa, depois vamos brincar no tanque de areia, pronto já escrevi e depois vamos fazer uma pintura, estou escrevendo aqui ‘pintura na parede de azulejo’.” Assim, enquanto compartilha com as crianças a rotina do dia, ela vai fazendo a lista de atividades.  Outra situação é brincar de escrever, “Vamos fazer uma lista dos brinquedos que vocês mais gostam?”, distribui lápis e papel e incentiva para que escrevam, sem qualquer outra intervenção a não ser que façam marcas no papel, imitem o comportamento do adulto numa brincadeira de faz de conta. Escrever o próprio nome, com letras móveis ou até de próprio punho também acontece, utilizando o cartão de chamada como apoio

 Já no grupo do Infantil II, as situações de escrita do próprio nome e dos nomes dos colegas são realizadas em maior quantidade. O professor confecciona jogos com fotos de cada criança, oferece letras móveis ou o próprio cartão de chamada.  A escrita de listas de animais, de brinquedos, de frutas e muitas outras são feitas sistematicamente. Brincar de forca na lousa também é uma boa estratégia, pois o jogo possibilita que as crianças adquiram conhecimento sobre os nomes das letras enquanto se divertem. No 2º semestre, os pequenos já trabalham em duplas formadas pelo professor a partir dos saberes de cada um deles. A linguagem que se escreve aparece nos momentos em que os pequenos ditam textos que memorizaram como letras de músicas, parlendas e poesias, fazendo os ajustes entre o que se fala e o que se escreve. Aqui, o professor é o escriba.

 As situações de escrita no Infantil III já são mais sistemáticas. A partir do diagnóstico da escrita de cada criança, em fevereiro, os agrupamentos já acontecem (pré-silábico sem uso de letras com os que já utilizam letras; pré-silábico com silábico sem valor e assim por diante), ora cada um escreve na sua folha, ora utilizam as letras móveis e precisam negociar para escolher quais letras vão utilizar. Depois de algumas situações de escrita dos nomes dos colegas, o investimento é numa sequência onde vão ter que elaborar listas. No 2º semestre o foco das situações de aprendizagem é com as parlendas (pois é um texto memorizável) e as atividades são de escrita de trechos da parlenda, de próprio punho ou com letras móveis.

Veja aqui a evolução da turma de Infantil III da professora Maristela:

http://revistaescola.abril.com.br/blogs/coordenadoras/

Nenhum comentário:

Postar um comentário