quinta-feira, 30 de agosto de 2012




Semana da Patria:
Abertura
# Praça da Juventude dia 03/09/2012 (Segunda-feira)
às 09hs
# 07/09/2012(Sexta-feira) - Praça da Matriz São Donato
Desfile Cívico  às 09:30hs

# 07/09/2012(Sexta-feira) - Balneário Rincão Rua Paraná
Desfile Cívico  às 14hs

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

É livro ou brinquedo?

Um suporte que mistura um pouco de cada um desses elementos pode ajudar a formar leitores desde que selecionados e trabalhado com critério



No Centro Educacional Anísio Teixeira, a diversidade é garantida. As crianças têm acesso a livros-brinquedos e também a edições tradicionais
Nos momentos dedicados à leitura, tanto em sala quanto na biblioteca da Educação Infantil do Centro Educacional Anísio Teixeira (Ceat), no Rio de Janeiro, as crianças têm acesso a vários livros: com muito ou pouco texto, somente ilustrados, literários e informativos, entre outros. O trabalho com o material é levado a sério pelos educadores. "O contato com as estantes e a chance de escolher um entre diversos títulos e folheá-los faz parte do desenvolvimento do comportamento leitor dos pequenos", diz Elisa Creuza de Jesus, educadora da creche.

No acervo, também estão disponíveis livros-brinquedos: do tipo pop-up (com imagens em dobradura que saltam das páginas), com texturas, sons e abas que, quando abertas, revelam novidades. Embora muita gente ainda tenha dúvidas sobre esse suporte e torça o nariz para os recursos que dividem espaço com ilustrações e textos, a equipe do Ceat aposta nele. Assim como as edições tradicionais, eles também são livros - e proporcionam interações diferentes.

O bom livro-brinquedo contribui para que o leitor viva uma experiência literária sem deixar de ser uma diversão relacionada ao brincar, que também é uma forma de interagir com o mundo. E vale registrar que a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) reconhece a categoria como legítima a ponto de, desde 1997, destinar um espaço para essas publicações no Prêmio FNLIJ, concedido anualmente.

É claro que para ser considerado livro o material precisa reunir algumas características básicas e ser usado como tal. Por exemplo: as informações precisam estar dispostas em páginas de forma que o leitor possa folheá-las, observar seu conteúdo e seguir a narrativa.

Recursos devem ajudar a contar a história

Nem tudo o que está disponível no mercado é interessante e tem qualidade. Trabalhar com afinco na escolha do que fará parte do rol de leitura da turma requer analisar os títulos um a um. É sua responsabilidade escolher bons materiais, elaborados com cuidado estético e com textos bem escritos (confira na próxima página algumas sugestões).

Além disso, é preciso avaliar se os mecanismos disponíveis ajudam a construir o enredo. Uma das características mais importantes da literatura é o mistério, a fantasia, o não dito -, o que o leitor está por descobrir. "Os artifícios do livro devem contribuir para isso. Se o texto, as imagens e outros recursos deixam tudo explícito, perde-se a graça", explica Ninfa Parreiras, mestre em Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Letra Falante, grupo de leitura e de pesquisa de literatura infantil e juvenil, em São Paulo.

Há livros-brinquedos que se aproximam mais de brinquedos devido ao formato e aos artifícios disponíveis, deixando a história em segundo plano. Isso pode parecer interessante para estimular os sentidos e entreter as crianças, mas não as aproxima da leitura.

No mais, o formato precisa ser levado em conta. "Exemplares muito grandes ou pesados demais dificultam a manipulação pela criançada", conta Ninfa. Porém, mesmo que intervenções do tipo pop-up pareçam delicadas para mãozinhas desajeitadas, os pequenos não devem ser privados de mexer nelas - para evitar páginas rasgadas, por exemplo. Um dos objetivos do trabalho com o livro-brinquedo é justamente despertar a vontade de entrar em contato com ele.

Como leitor experiente, você deve servir de modelo: mostre a forma adequada de manuseio, virando as páginas e mexendo no papel com cuidado, enquanto explica em voz alta o que está fazendo. Ainda assim, danos vão ocorrer - às vezes será possível repará-los, outras não e tudo bem. Tenha consciência de que isso faz parte do processo de aproximação da turma com o universo da leitura.

"Para que possam manusear o livro, me aproximo de cada uma das crianças e pergunto se querem tocá-lo. Depois da leitura em roda, organizo momentos para que todas tenham a oportunidade de folhear e explorar os títulos sozinhas", fala Elisa, do Ceat. Assim, os pequenos têm oportunidade de fazer descobertas com tempo e autonomia e seguem construindo sua trajetória como leitores.
Hora de ler, hora de brincar

Com pop-up
O Sapo Bocarrão, Keith Faulkner, 12 págs., Ed. Companhia das Letrinhas, tel. (11) 3707-3500, 35,90 reais


 
 
 Com abas
A Verdadeira História de Chapeuzinho Vermelho, Agnese Baruzzi e Sandro Natalini, 18 págs., Ed. Brinque-Book, tel. (11) 3032-6436, 35 reais







 
Com abas
Cabeças, Matthew Van Fleet, 16 págs., Ed. Globo, tel. (11) 3767-7800, 39,90 reais



Com texturas
Quimonos, Annelore Parot, 32 págs., Ed. Companhia das Letrinhas, 39 reais


Contém outros livros


Só Mais uma História, Dugald Steer e Elisabeth Moseng, 14 págs., Ed. Brinque-Book, 37 reais


De tecido 
O Livro de Pano do Bebê - Cachorro, Rettore, 8 págs., Ed. Todo Livro, tel. (47) 3221-2235, 59 reais

Consultoria Ana Flávia Alonço, assessora da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

CEI Reino Encantado - Bairro Vila São José

Podemos definir o folclore como um conjunto de mitos e lendas que as pessoas passam de geração para geração. Muitos nascem da pura imaginação das pessoas, principalmente dos moradores das regiões do interior do Brasil. Muitas destas histórias foram criadas para passar mensagens importantes ou apenas para assustar as pessoas. O folclore pode ser dividido em lendas e mitos. Muitos deles deram origem à festas populares, que ocorrem pelos quatro cantos do país.
As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.
Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo.



A Professora de Artes Patricia Rosa com a turma do 1° ano (EMEF Cezar Munereto) fez parceria com as  turmas do CEI Reino Encantado no dia 22/08, atividades folcloricas uma delas foi as crianças representarem o Boi de Mamão.

Colaboração: Sirlene Maria da Silva Freitas e Romilda Esteves

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ensino fundamental

Cursar a 1ª série antes dos 6 anos não é bom, dizem especialistas

Do ponto de vista pedagógico, decisão da Justiça de Pernambuco de permitir ingresso no ensino fundamental antes dos 6 anos não beneficia as crianças

Lecticia Maggi
Letícia e o pai Manoel Oliveira da Silva. Aos 5 anos, a criança já cursa o ensino fundamental
Letícia e o pai Manoel Oliveira da Silva. Aos 5 anos, a criança já cursa o ensino fundamental (Arquivo Pessoal )
Crianças de 5 anos ainda não possuem as competências necessárias para ingressar no ensino fundamental. É isso que afirmam especialistas em educação infantil. Do ponto de vista pedagógico, elas não são beneficiadas pela decisão da Justiça Federal de Pernambuco, que no dia 12 de abril decretou que menores de seis anos podem se matricular no ensino fundamental.
Leia mais:
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Antes, apenas aqueles que completassem 6 anos até o dia 31 de março do ano letivo a ser cursado tinham o acesso garantido. A decisão – válida para todo o país - e que vai contra resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) estende a data limite para o aniversário para o dia 31 de dezembro. A decisão deverá ser comunicada pela União às secretarias de Educação dos estados e do Distrito Federal em até 30 dias, sob pena de multa diária de 10.000 reais.



Entenda o caso
Como estava
O Conselho Nacional de Educação (CNE) determinava que as crianças só poderiam se matricular no ensino fundamental se completassem 6 anos até o dia 31 de março do ano letivo a ser cursado.
Decisão da Justiça
A Justiça Federal em Pernambuco acatou pedido do Ministério Público Federal do Estado e determinou que crianças com menos de 6 anos podem cursar o 1º ano do ensino fundamental desde que comprovada a sua capacidade intelectual. A avalição fica a cargo da escola.
MECO Ministério da Educação (MEC) afirmou que irá recorrer já que há uma Ação Direta de Constitucionalidade do governo do Mato Grosso do Sul sobre o tema aguardando julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão de primeira instância poderá ficar prejudicada ante decisão do Supremo.O MEC diz que não há sentido pedagógico na sentença.
Estado e cidade de São PauloEstá em vigor no estado uma determinação do Conselho Estadual de Educação (CEE) garantindo acesso às crianças que completem 6 anos até 30 de junho. Ela é válida para a rede estadual e para as cidades que não têm conselho de educação próprio. A capital paulista segue a determinação do Conselho Nacional de Educação (CNE) e permite a matrícula aos que fazem 6 anos até 31 de março. O CEE diz que os estados têm autonomia de criar suas próprias leis, mas ainda avalia se irá recorrer.
Márcia Malavasi, coordenadora do curso de pedagogia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), afirma que não há por que antecipar a entrada dos filhos no ensino fundamental e que o ideal é que todas as crianças frequentem a pré-escola primeiro. “Colocar uma criança tão nova dentro de uma sala de aula, nos moldes como é hoje, para ficar sentada tendo aulas expositivas, pode ser penoso para ela”, considera.

Educadores concordam que na faixa dos cinco anos a criança precisa de espaço maior para se movimentar e brincar e tem o tempo de atenção limitado. Maria Regina Maluf, pós-doutora em psicologia e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), afirma que nesta idade é muito difícil ficar sentada, por exemplo, por uma hora e meia ouvindo o professor falar. “Aos 6 e 7 anos a criança tende a estar mais madura para este estilo mais formal de ensinar, que se caracteriza o ensino fundamental.” Além disso ela também terá dificuldades com operações lógicas, exceto se tiver um desenvolvimento acima da média.

Outro ponto a ser considerado nessa equação está relacionado ao desenvolvimento neurológico da criança. Nesta idade estão sendo aprimoradas as relações sociais com o mundo. “Alfabetização exige mais do que saber letras e não se aprende só brincando, é preciso autocontrole”, afirma o professor João Batista Araujo e Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto, voltado principalmente à alfabetização.

Os critérios de seleção dos alunos aptos e a própria estrutura do sistema de ensino devem ser levados em consideração. O juiz Cláudio Kitner, responsável pela decisão, afirma que a entrada com cinco anos no ensino fundamental pode acontecer desde que comprovada a capacidade intelectual por meio de avaliação psicopedagógica, a cargo de cada escola. Há controvérsias já que, segundo os educadores, as escolas públicas não estão preparadas para tratar de forma diferenciada os alunos e considerar as especificidades de cada um.

João Oliveira argumenta que é primordial também saber o número de alunos em cada ano escolar para organizar as vagas que serão oferecidas. “É lamentável essa decisão. Estabelecer uma data limite de aniversário é uma atitude prática para organizar o serviço educacional. Se não há critério, qualquer critério vale”, critica.

Este deve ser também um dos possíveis argumentos utilizados pelo Conselho Estadual de Educação (CEE) do Estado de São Paulo caso opte por recorrer da decisão judicial. O órgão ainda estuda de que forma o ensino paulista será afetado e que medida irá tomar já que há uma resolução própria em vigor no estado. O presidente do conselho, Hubert Alquéres, afirma que há o risco de muitos pais quererem matricular os filhos no ensino fundamental e, na contramão, encontrarem escolas e professores insuficientes para atender esta demanda. “É muito perigoso uma pessoa dar uma decisão válida para todo o país sem estudar os impactos que terá. Isto desorganiza os sistemas educacionais e cria uma expectativa nas famílias que o estado terá dificuldade em cumprir”, afirma.

Segundo dados da organização Todos pela Educação, com base no censo demográfico de 2010, há no Brasil 1.156.846 crianças de 4 e 5 anos fora da escola. Na faixa etária entre 6 a 14 anos esse número é de 968.456.

Pré-escola e estímulos - Os especialistas ressaltam, porém, que não é por considerarem precoce a entrada no ensino fundamental aos cinco anos, que as crianças não possam iniciar o processo de alfabetização nesta idade, ou antes. A boa pré-escola, alertam, é aquela que não se restringe apenas a brincadeiras.

Foi o que aconteceu com Letícia, que irá completar seis anos apenas no dia 6 de junho. Ela entrou no maternal de uma escola particular com dois anos e meio e passou por todos os anos pré-escolares. Hoje, está alfabetizada e, segundo o pai, o aposentado Manoel Oliveira da Silva, apesar de conviver com colegas mais velhos no 1º ano do ensino fundamental, não tem dificuldades. “No pré ela não gostava muito, pedia para faltar. Agora, está adorando, mais motivada, conta das coisas diferentes que aprende”, afirma.

Já a partir dos 4 anos, explica Maria Maluf, é desejável iniciar atividades que levem a criança a ter consciência da linguagem, como desenhar letras, manipular livros infantis e ouvir histórias. “Cabe à educação infantil sensibilizar ao sistema de escrita”, afirma. Desta forma, o acesso ao ensino fundamental – quando chegada a hora – se daria de forma mais plena e proveitosa.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Língua escrita: quais são as situações didáticas mais adequadas para a Educação Infantil?

Na Educação Infantil, a escola deve assegurar o contato das crianças com a língua escrita
Desde muito pequenas, as crianças entram em contato com várias informações sobre o sistema de escrita e sobre a linguagem que se escreve nas diversas situações do cotidiano – nos livros de histórias que os pais leem para elas, nos outdoors espalhados pelas cidades, nas placas de trânsito, etc.
Cabe à escola, então, a intencionalidade e fazer a organização didática que assegure o contato e a vivência dessa criança com a língua escrita, elaborar atividades ajustadas aos saberes dos pequenos para que compreendam cada vez mais o funcionamento do sistema de escrita e conheçam os diferentes textos para se apropriarem da linguagem que se escreve. 

Na escola organizamos assim:

No infantil I o foco do trabalho, logo no começo do ano, é a escrita do professor à frente das crianças (na lousa ou em um bloco de sulfite A2) e a escrita pela criança do próprio nome.  Na minha escola, oriento às professoras a escrever na lousa enfatizando o que e para que está escrevendo. Recomendo a elas que sempre digam aos alunos o que estão fazendo, por exemplo, “Hoje nós vamos ouvir a história A Bruxa Salomé, vou escrever aqui na lousa, depois vamos brincar no tanque de areia, pronto já escrevi e depois vamos fazer uma pintura, estou escrevendo aqui ‘pintura na parede de azulejo’.” Assim, enquanto compartilha com as crianças a rotina do dia, ela vai fazendo a lista de atividades.  Outra situação é brincar de escrever, “Vamos fazer uma lista dos brinquedos que vocês mais gostam?”, distribui lápis e papel e incentiva para que escrevam, sem qualquer outra intervenção a não ser que façam marcas no papel, imitem o comportamento do adulto numa brincadeira de faz de conta. Escrever o próprio nome, com letras móveis ou até de próprio punho também acontece, utilizando o cartão de chamada como apoio

 Já no grupo do Infantil II, as situações de escrita do próprio nome e dos nomes dos colegas são realizadas em maior quantidade. O professor confecciona jogos com fotos de cada criança, oferece letras móveis ou o próprio cartão de chamada.  A escrita de listas de animais, de brinquedos, de frutas e muitas outras são feitas sistematicamente. Brincar de forca na lousa também é uma boa estratégia, pois o jogo possibilita que as crianças adquiram conhecimento sobre os nomes das letras enquanto se divertem. No 2º semestre, os pequenos já trabalham em duplas formadas pelo professor a partir dos saberes de cada um deles. A linguagem que se escreve aparece nos momentos em que os pequenos ditam textos que memorizaram como letras de músicas, parlendas e poesias, fazendo os ajustes entre o que se fala e o que se escreve. Aqui, o professor é o escriba.

 As situações de escrita no Infantil III já são mais sistemáticas. A partir do diagnóstico da escrita de cada criança, em fevereiro, os agrupamentos já acontecem (pré-silábico sem uso de letras com os que já utilizam letras; pré-silábico com silábico sem valor e assim por diante), ora cada um escreve na sua folha, ora utilizam as letras móveis e precisam negociar para escolher quais letras vão utilizar. Depois de algumas situações de escrita dos nomes dos colegas, o investimento é numa sequência onde vão ter que elaborar listas. No 2º semestre o foco das situações de aprendizagem é com as parlendas (pois é um texto memorizável) e as atividades são de escrita de trechos da parlenda, de próprio punho ou com letras móveis.

Veja aqui a evolução da turma de Infantil III da professora Maristela:

http://revistaescola.abril.com.br/blogs/coordenadoras/