segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Entrevista: Jack Shonkoff

'Investir em educação infantil é investir em capital humano'

Especialista defende que crianças oriundas de família de baixa renda e escolaridade necessitam de assistência escolar desde os primeiros anos

Nathalia Goulart
Quanto antes os incentivos ao aprendizado vierem, mais chance a criança terá de se tornar um adulto bem preparado. O pensamento é de James Heckman, prêmio Nobel de economia e autor do mais abrangente estudo já realizado sobre educação infantil e seus impactos no indivíduo e na sociedade. Nesse quesito, o Brasil ainda engatinha: aqui, oito em cada dez crianças de até 3 anos estão fora da escola. Crianças vindas de famílias com renda e escolaridade mais elevadas tendem a ser supridas desses estímulos em casa, mas as outras, não. Por isso, os índices brasileiros merecem atenção, diz Jack Shonkoff, diretor do Centro de Desenvolvimento Infantil da Universidade de Harvard e professor da faculdade de educação da mesma instituição.
Fora da sala de aula, elas têm suas chances de avançar limitadas antes mesmo de iniciar a educação formal. Resume o especialista: "No momento que elas começarem na pré-escola ou no ensino fundamental, já com quatro ou seis anos, eles terão dificuldades de alcançar aqueles que receberam o estímulos." Para ver crescer o número de crianças atendidas, o governo federal pretende inaugurar 6.000 creches até 2014 ao custo de 7,6 bilhões de reais. A medida vai ao encontro ao Plano Nacional de Educação que prevê que, até 2020, 50% das crianças até 3 anos estejam na escola. "Para o Brasil, o desenvolvimento depende da capacidade do país de fomentar capital humano. Para isso, é preciso estar seguro de que cada geração seja mais educada, mais saudável e mais produtiva que a anterior", opina Shonkoff. "E os fundamentos são construídos na infância."
Confira os principais trechos da entrevista que o pesquisador americano concedeu ao site de VEJA:
Do ponto de vista da ciência, qual a importância da educação infantil nos primeiros anos de vida?
Não há dúvidas de que as experiências da primeira infância influenciam o desenvolvimento da arquitetura do nosso cérebro. Essas fundações interferem na capacidade de aprender, no comportamento, na saúde física e mental, na capacidade de produção econômica e até na responsabilidade social. Por essas razões, discutir a educação é infantil é também discutir o desenvolvimento infantil, porque é preciso entender que não se trata apenas de educação. Não colocamos crianças de um ano sentadas nas carteiras para aprender a ler. Estamos falando da formação de pessoas.

Qual o papel da escola nesse processo?
Existem crianças que crescem em um ambiente que garante boas experiências de aprendizado e que as protegem do stress tóxico e da violência. Para elas, a escola pode ser enriquecedora, mas não é essencial. Por outro lado, muitas outras crianças crescem em lares que não proporcionam esse ambiente. Em lares onde há insegurança ou onde os pais possuem uma educação formal limitada, as oportunidades de aprendizado são muito menores. Para essas crianças, o ambiente escolar é não só enriquecedor, mas essencial pois oferecem as experiências mais básicas que a família tem dificuldade de oferecer sozinha. Mas é importante lembrar, que quando se trata de programas direcionados a crianças muito novas, a participação da família é muito importante e as escolas e os pais precisam trabalhar em conjunto. A escola não substitui os pais.

O que perdem as crianças que não são estimuladas na idade certa?
No momento que elas começarem na pré-escola ou no ensino fundamental, já com quatro ou seis anos, eles terão dificuldades de alcançar aqueles que receberam estímulos. Porém, não só as crianças saem perdendo. A sociedade também perde. Eu acredito que para o Brasil, em particular, essa seja uma questão importante, já que o país tem uma economia tão vibrante e crescente. Para o Brasil, o desenvolvimento depende da capacidade do país de fomentar capital humano. Para isso, é preciso estar seguro de que cada geração seja mais educada, mais saudável e mais produtiva que a geração anterior.

O senhor acredita que o Brasil, com apenas 20% das crianças de até 3 anos na escola, precisa ser preocupar com essa questão?
Respondo essa pergunta com outra pergunta: qual o percentual de famílias que não são capazes de prover um lar seguro, estável, rico em experiências construtivas?

Acredito que mais do que 20%...
Então existem razões para se preocupar. Se pensarmos que essas crianças são oriundas de lares que não podem suprir os estímulos necessários à idade, então a população que pode se beneficiar dessa educação não está sendo servida. Como mencionei, para crianças que possuem um lar que oferece esse tipo de experiência, o ambiente escolar nessa idade pode ser um bom complemento, mas a prioridade nacional deve ser prover esse tipo de serviço para as famílias que não podem oferecer estímulos dentro de casa. Os benefícios já foram provados. Diversos estudos mostram que os retornos do investimento na educação infantil nos primeiros anos de vida de crianças que vivem em um ambiente pouco propício para o desenvolvimento das habilidades são muito altos. Quando governos investem em programas educacionais de qualidade para famílias de baixa renda ou escolaridade, eles aumentam a probabilidade da criança se tornar um adulto economicamente produtivo, de ser um profissional com maior salário e que pague mais impostos. Além disso, diminuem as chances de que a criança se torne criminosa ou economicamente dependente. Educação é a chave para a produtividade econômica. Especialmente em uma economia global. 
Então é possível dizer que quanto mais cedo, melhor?
Sim, principalmente para as crianças de família de baixa renda e escolaridade. Isso porque, se os cuidados começam somente aos 3 ou 4 anos, isso significa um período grande de desestímulo que pode danificar a saúde do cérebro e essa situação pode ser irreversível. É para essas crianças que os programas de educação infantil devem ser dirigidos. Esse é o melhor investimento que sociedade pode fazer. Portanto, eu não diria que é melhor para todos, mas sem dúvida é melhor para aquelas crianças que precisam.

Trocar a creche por uma babá é uma boa ideia nos primeiros anos de vida?
Do ponto de vista da criança não importa quem vai cuidar dela. O que importa é que essa criança seja acolhida, nutrida e provida de experiências enriquecedoras. Então, se o adulto foi capaz de prover isso, não importa se é uma babá ou se é a professora de uma creche. No entanto, ao redor dos três anos de idade, a escola ganha outra dimensão devido a oportunidade de convívio e interação com outras crianças. Essa experiência é extremamente enriquecedora, porque proporciona uma melhor preparação para as próximas etapas da educação, onde trabalhar em grupo é essencial.

Que tipo de atividades devem ser realizadas pelos programas direcionados às crianças?
Ler para as crianças é uma boa atividade, assim como brincar com elas de uma maneira apropriada para a idade, ensinar como se comportar de maneira adequada, como se relacionar com os demais, como lidar com as mais diversas situações. Os programas direcionados a essas crianças não são – e não devem ser – baseados em livros didáticos ou lições de casa.

As experiências são mais importantes nessa etapa?
Muitas pessoas pensam que coisas como comportamento e sentimentos independem daquilo que chamamos inteligência. Mas quando o assunto é educação, tudo está interligado. Se o indivíduo é uma pessoa com facilidades de aprendizado mas não sabe controlar seu comportamento, seus medos e receios, então seu rendimento escolar pode estar comprometido. Assim, a educação infantil é sobre pensar, resolver problemas, saber interagir em grupo, controlar seu comportamento e seus sentimentos - tudo isso junto é preciso para que sejam estabelecidas bases fortes e necessárias para a educação formal posterior e para o mercado de trabalho. Um trabalhador, um homem de negócios não é apenas inteligente, ele precisa ser capaz de dominar outras habilidades.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Água: uso consciente x desperdício

 
Ajude a turma a perceber o quanto a água é importante e como estamos desperdiçando este recurso indevidamente em casa ou na escola

Objetivos
- Levar a turma a compreender que a água é um recurso escasso no planeta e que o uso irresponsável desse recurso pode prejudicar a sobrevivência dos seres vivos.

Conteúdos
- Água: usos, economia e desperdício;
- Natureza e sociedade.

Tempo estimado
De três dias a uma semana
Anos
Pré-escola (4 e 5 anos)

Material necessário
Cartolina ou papel craft para a confecção de cartazes, copos plásticos pequenos, cola e recortes de jornais e revistas sobre economia e desperdício de água.

Introdução
É difícil encontrar uma criança que não goste de brincar com água, seja na piscina, no mar, no rio ou até no quintal de casa. Pode ser que algumas briguem para entrar no banho – mas só até elas perceberem que brincar dentro no chuveiro também pode ser uma delícia. Mas aí mora um grande problema: a água não é brinquedo e não pode ser desperdiçada. Cerca de 97% da água que existe no planeta é salgada. Do restante, 2% está congelada e somente 1% encontra-se disponível para nada menos que 7 bilhões de pessoas, população atual da Terra. O resultado desse cenário é que nem todo mundo tem acesso à água. Em regiões da África e do Oriente Médio, há quem não encontre água potável e tenha de recorrer à compra em locais distantes de onde moram.

Por conta da Bacia Amazônica e do Pantanal, o Brasil conta com grandes reservas de água doce. Esse fato costuma provocar, no inconsciente coletivo, uma falsa impressão de que o recurso é inesgotável. E o povo brasileiro acaba figurando entre os que mais gastam e desperdiçam água no mundo. Infelizmente, muita gente ainda lava as calçadas com mangueiras que não controlam a saída de água – conduta que, em algumas cidades, como São Paulo, é proibida e passível de multa. Isso, sem contar os banhos demorados: 15 minutos com o chuveiro elétrico ligado consomem, em média, 45 litros de água.
A escassez de água ao redor do planeta indica que a preservação do recurso deve ser praticada e disseminada em todos os países, independentemente da reserva que possuem. Os próximos 50 anos serão decisivos, pois as projeções apontam que, nesse prazo, metade da população mundial conviverá com a falta de água caso nenhuma providência seja tomada. Portanto, hoje, mais do que nunca, toda criança deve aprender, desde cedo, a importância da preservação desse recurso natural indispensável à vida. Nesta sequência de atividades, o consumo consciente será abordado com base na observação da quantidade de água usada em casa e na escola.

Desenvolvimento

1ª etapa
Esse é o momento de mostrar às crianças a importância do tema. Pode-se propor, de início, a seguinte questão: “quais atividades domésticas vocês conhecem que precisam de água?” – independentemente de ser tratada, filtrada ou mineral. Conforme as sugestões surgirem, anote-as em cartazes de papel craft ou reserve algumas revistas para que as crianças procurem imagens das ações e colem nos cartazes. Provavelmente a lista conterá itens como lavagem de roupa, de louça e de mãos, banho e escovação de dentes. Como o uso doméstico não varia muito (ao menos em áreas urbanas), conversar sobre essas atividades ajudará a turma a perceber que as famílias utilizam a água de modo semelhante. Caso surja alguma colocação sobre o preparo de alimentos, pergunte às crianças quanto de água elas acham que se usa com essa finalidade. Esse dado poderá ser retomado na terceira aula da sequência.

2ª etapa
Depois de refletir sobre o consumo de água em casa, é importante que as crianças pensem e conversem também sobre o uso do recurso na escola. Para isso, reserve um momento da aula para levar a turma até uma pia de uso comum. Lá, peça que cada um lave as mãos com apenas 200 ml de água, medida correspondente a um copo de plástico de tamanho pequeno. Oriente-os a não desperdiçar, pois não será permitido emprestar a água de um colega, caso alguém fique sem. Ao final da atividade, pergunte a eles como foi a experiência. É fácil lavar as mãos com essa quantidade de água? Deu para retirar a espuma do sabonete? As mãos ficaram realmente limpas? Depois que os alunos fizerem suas colocações, conte a eles que, em muitos locais do mundo (inclusive do Brasil), essa é a quantidade de água disponível para uma semana inteira – e não apenas para lavar as mãos, mas para todas as ações cotidianas.

3ª etapaConvide as crianças a acompanhar a limpeza da escola e a produção de alimentos na cozinha para verificar a quantidade de água utilizada nessas ações (combine previamente com os funcionários de apoio o melhor momento para realizar a atividade). Em relação à limpeza, a quantificação do volume pode ser feita, por exemplo, a partir da contagem de baldes com água que foram usados – se possível, baldes cuja capacidade em litros seja conhecida. Já na cozinha, as crianças podem acompanhar o cozimento de alimentos como arroz e feijão e conhecer, com a ajuda da merendeira, a quantidade de água usada no processo. Ao voltar para a sala de aula, pergunte à turma se foram encontradas situações em que a água parecia ser desperdiçada. Se sim, quais foram essas situações? Questione ainda se as crianças viram algum exemplo de economia e de bom uso do recurso. A partir disso, você pode propor dois tipos de atividade:
- Pedir que a turma faça dois desenhos, um deles representando o desperdício e o outro mostrando como podemos economizar água.
- Distribuir imagens de jornais e revistas que mostrem desperdício e economia de água (as imagens devem estar misturadas) e pedir que as crianças separem o material em dois grupos, de acordo com o bom e o mau uso do recurso. Ao final da seleção, a turma pode colar as imagens em cartolinas separadas.

Avaliação
Verifique se a turma compreendeu que certas atividades humanas provocam o desperdício da água e que essa perda deve ser evitada. Você pode fazer essa verificação observando as falas de cada criança ao longo das conversas sobre o tema, analisando o material produzido na última aula e até mesmo acompanhando possíveis mudanças no comportamento dos pequenos em relação ao consumo de água, como fechar a torneira ao escovar os dentes, não deixar a água correr à toa ao lavar as mãos e corrigir uns aos outros caso presenciem algum tipo de desperdício.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012




Semana da Patria:
Abertura
# Praça da Juventude dia 03/09/2012 (Segunda-feira)
às 09hs
# 07/09/2012(Sexta-feira) - Praça da Matriz São Donato
Desfile Cívico  às 09:30hs

# 07/09/2012(Sexta-feira) - Balneário Rincão Rua Paraná
Desfile Cívico  às 14hs

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

É livro ou brinquedo?

Um suporte que mistura um pouco de cada um desses elementos pode ajudar a formar leitores desde que selecionados e trabalhado com critério



No Centro Educacional Anísio Teixeira, a diversidade é garantida. As crianças têm acesso a livros-brinquedos e também a edições tradicionais
Nos momentos dedicados à leitura, tanto em sala quanto na biblioteca da Educação Infantil do Centro Educacional Anísio Teixeira (Ceat), no Rio de Janeiro, as crianças têm acesso a vários livros: com muito ou pouco texto, somente ilustrados, literários e informativos, entre outros. O trabalho com o material é levado a sério pelos educadores. "O contato com as estantes e a chance de escolher um entre diversos títulos e folheá-los faz parte do desenvolvimento do comportamento leitor dos pequenos", diz Elisa Creuza de Jesus, educadora da creche.

No acervo, também estão disponíveis livros-brinquedos: do tipo pop-up (com imagens em dobradura que saltam das páginas), com texturas, sons e abas que, quando abertas, revelam novidades. Embora muita gente ainda tenha dúvidas sobre esse suporte e torça o nariz para os recursos que dividem espaço com ilustrações e textos, a equipe do Ceat aposta nele. Assim como as edições tradicionais, eles também são livros - e proporcionam interações diferentes.

O bom livro-brinquedo contribui para que o leitor viva uma experiência literária sem deixar de ser uma diversão relacionada ao brincar, que também é uma forma de interagir com o mundo. E vale registrar que a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) reconhece a categoria como legítima a ponto de, desde 1997, destinar um espaço para essas publicações no Prêmio FNLIJ, concedido anualmente.

É claro que para ser considerado livro o material precisa reunir algumas características básicas e ser usado como tal. Por exemplo: as informações precisam estar dispostas em páginas de forma que o leitor possa folheá-las, observar seu conteúdo e seguir a narrativa.

Recursos devem ajudar a contar a história

Nem tudo o que está disponível no mercado é interessante e tem qualidade. Trabalhar com afinco na escolha do que fará parte do rol de leitura da turma requer analisar os títulos um a um. É sua responsabilidade escolher bons materiais, elaborados com cuidado estético e com textos bem escritos (confira na próxima página algumas sugestões).

Além disso, é preciso avaliar se os mecanismos disponíveis ajudam a construir o enredo. Uma das características mais importantes da literatura é o mistério, a fantasia, o não dito -, o que o leitor está por descobrir. "Os artifícios do livro devem contribuir para isso. Se o texto, as imagens e outros recursos deixam tudo explícito, perde-se a graça", explica Ninfa Parreiras, mestre em Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Letra Falante, grupo de leitura e de pesquisa de literatura infantil e juvenil, em São Paulo.

Há livros-brinquedos que se aproximam mais de brinquedos devido ao formato e aos artifícios disponíveis, deixando a história em segundo plano. Isso pode parecer interessante para estimular os sentidos e entreter as crianças, mas não as aproxima da leitura.

No mais, o formato precisa ser levado em conta. "Exemplares muito grandes ou pesados demais dificultam a manipulação pela criançada", conta Ninfa. Porém, mesmo que intervenções do tipo pop-up pareçam delicadas para mãozinhas desajeitadas, os pequenos não devem ser privados de mexer nelas - para evitar páginas rasgadas, por exemplo. Um dos objetivos do trabalho com o livro-brinquedo é justamente despertar a vontade de entrar em contato com ele.

Como leitor experiente, você deve servir de modelo: mostre a forma adequada de manuseio, virando as páginas e mexendo no papel com cuidado, enquanto explica em voz alta o que está fazendo. Ainda assim, danos vão ocorrer - às vezes será possível repará-los, outras não e tudo bem. Tenha consciência de que isso faz parte do processo de aproximação da turma com o universo da leitura.

"Para que possam manusear o livro, me aproximo de cada uma das crianças e pergunto se querem tocá-lo. Depois da leitura em roda, organizo momentos para que todas tenham a oportunidade de folhear e explorar os títulos sozinhas", fala Elisa, do Ceat. Assim, os pequenos têm oportunidade de fazer descobertas com tempo e autonomia e seguem construindo sua trajetória como leitores.
Hora de ler, hora de brincar

Com pop-up
O Sapo Bocarrão, Keith Faulkner, 12 págs., Ed. Companhia das Letrinhas, tel. (11) 3707-3500, 35,90 reais


 
 
 Com abas
A Verdadeira História de Chapeuzinho Vermelho, Agnese Baruzzi e Sandro Natalini, 18 págs., Ed. Brinque-Book, tel. (11) 3032-6436, 35 reais







 
Com abas
Cabeças, Matthew Van Fleet, 16 págs., Ed. Globo, tel. (11) 3767-7800, 39,90 reais



Com texturas
Quimonos, Annelore Parot, 32 págs., Ed. Companhia das Letrinhas, 39 reais


Contém outros livros


Só Mais uma História, Dugald Steer e Elisabeth Moseng, 14 págs., Ed. Brinque-Book, 37 reais


De tecido 
O Livro de Pano do Bebê - Cachorro, Rettore, 8 págs., Ed. Todo Livro, tel. (47) 3221-2235, 59 reais

Consultoria Ana Flávia Alonço, assessora da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

CEI Reino Encantado - Bairro Vila São José

Podemos definir o folclore como um conjunto de mitos e lendas que as pessoas passam de geração para geração. Muitos nascem da pura imaginação das pessoas, principalmente dos moradores das regiões do interior do Brasil. Muitas destas histórias foram criadas para passar mensagens importantes ou apenas para assustar as pessoas. O folclore pode ser dividido em lendas e mitos. Muitos deles deram origem à festas populares, que ocorrem pelos quatro cantos do país.
As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.
Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo.



A Professora de Artes Patricia Rosa com a turma do 1° ano (EMEF Cezar Munereto) fez parceria com as  turmas do CEI Reino Encantado no dia 22/08, atividades folcloricas uma delas foi as crianças representarem o Boi de Mamão.

Colaboração: Sirlene Maria da Silva Freitas e Romilda Esteves

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ensino fundamental

Cursar a 1ª série antes dos 6 anos não é bom, dizem especialistas

Do ponto de vista pedagógico, decisão da Justiça de Pernambuco de permitir ingresso no ensino fundamental antes dos 6 anos não beneficia as crianças

Lecticia Maggi
Letícia e o pai Manoel Oliveira da Silva. Aos 5 anos, a criança já cursa o ensino fundamental
Letícia e o pai Manoel Oliveira da Silva. Aos 5 anos, a criança já cursa o ensino fundamental (Arquivo Pessoal )
Crianças de 5 anos ainda não possuem as competências necessárias para ingressar no ensino fundamental. É isso que afirmam especialistas em educação infantil. Do ponto de vista pedagógico, elas não são beneficiadas pela decisão da Justiça Federal de Pernambuco, que no dia 12 de abril decretou que menores de seis anos podem se matricular no ensino fundamental.
Leia mais:
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Antes, apenas aqueles que completassem 6 anos até o dia 31 de março do ano letivo a ser cursado tinham o acesso garantido. A decisão – válida para todo o país - e que vai contra resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) estende a data limite para o aniversário para o dia 31 de dezembro. A decisão deverá ser comunicada pela União às secretarias de Educação dos estados e do Distrito Federal em até 30 dias, sob pena de multa diária de 10.000 reais.



Entenda o caso
Como estava
O Conselho Nacional de Educação (CNE) determinava que as crianças só poderiam se matricular no ensino fundamental se completassem 6 anos até o dia 31 de março do ano letivo a ser cursado.
Decisão da Justiça
A Justiça Federal em Pernambuco acatou pedido do Ministério Público Federal do Estado e determinou que crianças com menos de 6 anos podem cursar o 1º ano do ensino fundamental desde que comprovada a sua capacidade intelectual. A avalição fica a cargo da escola.
MECO Ministério da Educação (MEC) afirmou que irá recorrer já que há uma Ação Direta de Constitucionalidade do governo do Mato Grosso do Sul sobre o tema aguardando julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão de primeira instância poderá ficar prejudicada ante decisão do Supremo.O MEC diz que não há sentido pedagógico na sentença.
Estado e cidade de São PauloEstá em vigor no estado uma determinação do Conselho Estadual de Educação (CEE) garantindo acesso às crianças que completem 6 anos até 30 de junho. Ela é válida para a rede estadual e para as cidades que não têm conselho de educação próprio. A capital paulista segue a determinação do Conselho Nacional de Educação (CNE) e permite a matrícula aos que fazem 6 anos até 31 de março. O CEE diz que os estados têm autonomia de criar suas próprias leis, mas ainda avalia se irá recorrer.
Márcia Malavasi, coordenadora do curso de pedagogia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), afirma que não há por que antecipar a entrada dos filhos no ensino fundamental e que o ideal é que todas as crianças frequentem a pré-escola primeiro. “Colocar uma criança tão nova dentro de uma sala de aula, nos moldes como é hoje, para ficar sentada tendo aulas expositivas, pode ser penoso para ela”, considera.

Educadores concordam que na faixa dos cinco anos a criança precisa de espaço maior para se movimentar e brincar e tem o tempo de atenção limitado. Maria Regina Maluf, pós-doutora em psicologia e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), afirma que nesta idade é muito difícil ficar sentada, por exemplo, por uma hora e meia ouvindo o professor falar. “Aos 6 e 7 anos a criança tende a estar mais madura para este estilo mais formal de ensinar, que se caracteriza o ensino fundamental.” Além disso ela também terá dificuldades com operações lógicas, exceto se tiver um desenvolvimento acima da média.

Outro ponto a ser considerado nessa equação está relacionado ao desenvolvimento neurológico da criança. Nesta idade estão sendo aprimoradas as relações sociais com o mundo. “Alfabetização exige mais do que saber letras e não se aprende só brincando, é preciso autocontrole”, afirma o professor João Batista Araujo e Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto, voltado principalmente à alfabetização.

Os critérios de seleção dos alunos aptos e a própria estrutura do sistema de ensino devem ser levados em consideração. O juiz Cláudio Kitner, responsável pela decisão, afirma que a entrada com cinco anos no ensino fundamental pode acontecer desde que comprovada a capacidade intelectual por meio de avaliação psicopedagógica, a cargo de cada escola. Há controvérsias já que, segundo os educadores, as escolas públicas não estão preparadas para tratar de forma diferenciada os alunos e considerar as especificidades de cada um.

João Oliveira argumenta que é primordial também saber o número de alunos em cada ano escolar para organizar as vagas que serão oferecidas. “É lamentável essa decisão. Estabelecer uma data limite de aniversário é uma atitude prática para organizar o serviço educacional. Se não há critério, qualquer critério vale”, critica.

Este deve ser também um dos possíveis argumentos utilizados pelo Conselho Estadual de Educação (CEE) do Estado de São Paulo caso opte por recorrer da decisão judicial. O órgão ainda estuda de que forma o ensino paulista será afetado e que medida irá tomar já que há uma resolução própria em vigor no estado. O presidente do conselho, Hubert Alquéres, afirma que há o risco de muitos pais quererem matricular os filhos no ensino fundamental e, na contramão, encontrarem escolas e professores insuficientes para atender esta demanda. “É muito perigoso uma pessoa dar uma decisão válida para todo o país sem estudar os impactos que terá. Isto desorganiza os sistemas educacionais e cria uma expectativa nas famílias que o estado terá dificuldade em cumprir”, afirma.

Segundo dados da organização Todos pela Educação, com base no censo demográfico de 2010, há no Brasil 1.156.846 crianças de 4 e 5 anos fora da escola. Na faixa etária entre 6 a 14 anos esse número é de 968.456.

Pré-escola e estímulos - Os especialistas ressaltam, porém, que não é por considerarem precoce a entrada no ensino fundamental aos cinco anos, que as crianças não possam iniciar o processo de alfabetização nesta idade, ou antes. A boa pré-escola, alertam, é aquela que não se restringe apenas a brincadeiras.

Foi o que aconteceu com Letícia, que irá completar seis anos apenas no dia 6 de junho. Ela entrou no maternal de uma escola particular com dois anos e meio e passou por todos os anos pré-escolares. Hoje, está alfabetizada e, segundo o pai, o aposentado Manoel Oliveira da Silva, apesar de conviver com colegas mais velhos no 1º ano do ensino fundamental, não tem dificuldades. “No pré ela não gostava muito, pedia para faltar. Agora, está adorando, mais motivada, conta das coisas diferentes que aprende”, afirma.

Já a partir dos 4 anos, explica Maria Maluf, é desejável iniciar atividades que levem a criança a ter consciência da linguagem, como desenhar letras, manipular livros infantis e ouvir histórias. “Cabe à educação infantil sensibilizar ao sistema de escrita”, afirma. Desta forma, o acesso ao ensino fundamental – quando chegada a hora – se daria de forma mais plena e proveitosa.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Língua escrita: quais são as situações didáticas mais adequadas para a Educação Infantil?

Na Educação Infantil, a escola deve assegurar o contato das crianças com a língua escrita
Desde muito pequenas, as crianças entram em contato com várias informações sobre o sistema de escrita e sobre a linguagem que se escreve nas diversas situações do cotidiano – nos livros de histórias que os pais leem para elas, nos outdoors espalhados pelas cidades, nas placas de trânsito, etc.
Cabe à escola, então, a intencionalidade e fazer a organização didática que assegure o contato e a vivência dessa criança com a língua escrita, elaborar atividades ajustadas aos saberes dos pequenos para que compreendam cada vez mais o funcionamento do sistema de escrita e conheçam os diferentes textos para se apropriarem da linguagem que se escreve. 

Na escola organizamos assim:

No infantil I o foco do trabalho, logo no começo do ano, é a escrita do professor à frente das crianças (na lousa ou em um bloco de sulfite A2) e a escrita pela criança do próprio nome.  Na minha escola, oriento às professoras a escrever na lousa enfatizando o que e para que está escrevendo. Recomendo a elas que sempre digam aos alunos o que estão fazendo, por exemplo, “Hoje nós vamos ouvir a história A Bruxa Salomé, vou escrever aqui na lousa, depois vamos brincar no tanque de areia, pronto já escrevi e depois vamos fazer uma pintura, estou escrevendo aqui ‘pintura na parede de azulejo’.” Assim, enquanto compartilha com as crianças a rotina do dia, ela vai fazendo a lista de atividades.  Outra situação é brincar de escrever, “Vamos fazer uma lista dos brinquedos que vocês mais gostam?”, distribui lápis e papel e incentiva para que escrevam, sem qualquer outra intervenção a não ser que façam marcas no papel, imitem o comportamento do adulto numa brincadeira de faz de conta. Escrever o próprio nome, com letras móveis ou até de próprio punho também acontece, utilizando o cartão de chamada como apoio

 Já no grupo do Infantil II, as situações de escrita do próprio nome e dos nomes dos colegas são realizadas em maior quantidade. O professor confecciona jogos com fotos de cada criança, oferece letras móveis ou o próprio cartão de chamada.  A escrita de listas de animais, de brinquedos, de frutas e muitas outras são feitas sistematicamente. Brincar de forca na lousa também é uma boa estratégia, pois o jogo possibilita que as crianças adquiram conhecimento sobre os nomes das letras enquanto se divertem. No 2º semestre, os pequenos já trabalham em duplas formadas pelo professor a partir dos saberes de cada um deles. A linguagem que se escreve aparece nos momentos em que os pequenos ditam textos que memorizaram como letras de músicas, parlendas e poesias, fazendo os ajustes entre o que se fala e o que se escreve. Aqui, o professor é o escriba.

 As situações de escrita no Infantil III já são mais sistemáticas. A partir do diagnóstico da escrita de cada criança, em fevereiro, os agrupamentos já acontecem (pré-silábico sem uso de letras com os que já utilizam letras; pré-silábico com silábico sem valor e assim por diante), ora cada um escreve na sua folha, ora utilizam as letras móveis e precisam negociar para escolher quais letras vão utilizar. Depois de algumas situações de escrita dos nomes dos colegas, o investimento é numa sequência onde vão ter que elaborar listas. No 2º semestre o foco das situações de aprendizagem é com as parlendas (pois é um texto memorizável) e as atividades são de escrita de trechos da parlenda, de próprio punho ou com letras móveis.

Veja aqui a evolução da turma de Infantil III da professora Maristela:

http://revistaescola.abril.com.br/blogs/coordenadoras/

quinta-feira, 19 de julho de 2012

XII FESTIVAL DE DANÇA

Ballet Casa da Cultura - Abertura

CEI A Magia do Aprender - Lombas Pedreira

CEI Algodão Doce - Bairro Jaqueline

CEI Aquarela - Nossa Senhora de Fatima

CEI Chapeuzinho Vermelho - Bairro Aurora 

CEI Criança Feliz - Bairro Jussara

CEI Favinho de Mel - Bairro 1º de Maio

CEI Prof João da Rocha Porto - Bairro Rio dos Anjos

CEI Mundo da Imaginação - Bairro Santa Cruz

CEI Pequeno Mundo - Bairro Cristo Rei

CEI Príncipe Encantado - Bairro Vila Nova

CEI Reino Encantado - Bairro Vila São José

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Mostra de Cinema Infantil

CEI Pequeno Mundo - Bairro Cristo Rei

                                        
CEI Algodão Doce - Bairro Jaqueline

CEI Pequeno Príncipe - Bairro Raichaski

CEI Tempo Feliz - Bairro Nossa Senhora de Fatima

CEI Balão Mágico - Bairro Jardim Silvana

CEI Aventura do Aprender - Bairro Tereza Cristina

CEI Pequeno Polegar - Bairro Jardim Elisabete