quarta-feira, 8 de março de 2017

Educação Infantil Inicia com Formação Continuada


   No dia 16 de fevereiro os professores, auxiliares e gestores das instituições de Educação Infantil, estiveram reunidos no Auditório da Igreja Matriz São Donato para realização da capacitação continuada. Neste encontro tivemos a palestra com Doutor Altino José Martins Filho(UDESC), com o tema: DOCÊNCIA DIVERTIDAMENTE BRINCANTE: UMA PRÁTICA SENSÍVEL AO BRINCAR DAS CRIANÇAS  PEQUENAS.    
    Foi momentos de debate, estudo e troca de conhecimento, no dia 17 os profissionais foram para as instituições.






quarta-feira, 6 de julho de 2016

Educação Infantil está virando Ensino Fundamental

Recentemente, a Fundação Lemann enviou uma proposta de mudança para os estudos que estão definindo a base nacional comum da educação infantil no Brasil. Nela, propõe-se uma maior ênfase na alfabetização.
Diane Ravitch mais uma vez relata em seu blog estudos que mostram os efeitos deletérios da antecipação escolar proposta no Brasil pela Fundação Lemann e que evidenciam que as pressões por antecipar ambientes estruturados de aprendizagem voltados para habilidades escolares típicas da primeira série (hoje já iniciando-se aos seis anos no Brasil) produz efeitos nefastos na formação das crianças. Especialmente, porque não param nas proximidades dos seis anos, mas vão em cascata afetando os anos iniciais da pré-escola e até mesmo a creche.
Esta concepção induz a uma febre para “aproveitar janelas de desenvolvimento” criadas por teorias duvidosas do desenvolvimento infantil e que constituíram um mercado milionário para as empresas educacionais, transformando as crianças em cobaias de “inovações” supostamente ancoradas em neuro-ciência.
No referido post Diane mostra a que levam as pressões que o Common Core (algo como uma base nacional comum restrita a leitura e matemática nos Estados Unidos) e as pressões por antecipação dos testes que geralmente acompanham estes movimentos, conduzindo a mudanças que não são bem vindas para a formação das nossas crianças. Mencionando publicação do The Atlantic Magazine, por Erika Christakis, diz:
“Um estudo, intitulado “É o Jardim de Infância a nova primeira série?“, que compara atitudes dos professores de jardins de infância em todo o país entre 1998 e 2010, constatou que o percentual de professores que esperam que as crianças saibam ler até o final do ano havia subido de 30 para 80 por cento. Os pesquisadores também relataram mais tempo gasto com manuais e tarefas, e menos tempo dedicado à música e arte. O jardim da infância é, de fato, a nova primeira série, concluíram os autores melancolicamente. Por sua vez, as crianças que faziam uso dos anos do jardim de infância como uma transição suave para a escola estão, em alguns casos, sendo retidos antes que tenham a chance de começar. Um estudo de Mississippi descobriu que, em alguns municípios, mais de 10 por cento dos alunos das escolas de jardins da infância não foram autorizados a avançar para a primeira série.
“Até recentemente, habilidades de prontidão escolar não eram uma prioridade na agenda de ninguém, nem a ideia de que os alunos mais novos poderiam ser desqualificados para passar para uma fase posterior. Mas o jardim de infância agora serve como um “porteiro” e não como um tapete de boas vindas para a escola primária e as preocupações com a preparação para a escola começam cada vez mais cedo. Uma criança que se quer que leia até o final do jardim de infância deveria de fato estar se preparando na pré-escola. Como resultado, as expectativas, sem dúvida, que poderiam ter sido razoáveis para os mais velhos de 5 e 6 anos, como ser capaz de se sentar em uma mesa e completar uma tarefa usando lápis e papel, estão agora dirigidas às crianças ainda mais jovens, que não têm habilidades motoras e não têm a capacidade de atenção para ser bem sucedidas. “
“Salas de aula da pré-escola se transformaram em espaços cada vez mais tensos, com os professores fazendo ameaças de que as crianças devem concluir o seu “trabalho” antes que eles possam ir brincar.
“Novas pesquisas destacam aspectos particularmente inquietantes. Uma grande avaliação do sistema de financiamento público da pré-escola em Tennessee, publicado em setembro, encontrou que, embora as crianças que frequentaram pré-escolas inicialmente exibiram mais “habilidades de prontidão escolar” em relação às que não fizeram jardim de infância, durante a primeira série, no entanto,  as atitudes em relação à escola foram se deteriorando. E na segunda série se saíram pior em testes que mediram habilidades de alfabetização, linguagem e matemática. Os pesquisadores disseram à revista New York que a dependência excessiva de instrução direta e repetitiva, uma pedagogia pobremente estruturada, foram provavelmente as culpadas; crianças que tinham sido submetidas ano após ano às mesmas tarefas insípidas foram, compreensivelmente, perdendo seu entusiasmo pela aprendizagem estruturada. “

“Recentes estudos sugerem que as pressões por accountability que hoje invadiram as primeiras séries e o jardim da infância são caracterizadas por um maior foco nas competências acadêmicas e uma redução de oportunidades para brincar. Este artigo compara as salas de aula do jardim de infância entre 1998 e 2010, utilizando dois grandes conjuntos de dados nacionalmente representativos. Mostra mudanças substanciais em cada uma das cinco dimensões consideradas: crenças dos professores de jardim da infância sobre prontidão para a escola, tempo gasto com conteúdo acadêmico e não acadêmico, organização da sala de aula, abordagem pedagógica, e utilização de avaliações padronizadas. Os educadores de infância no período posterior tinham expectativas acadêmicas muito mais altas para as crianças, tanto antes da entrada no jardim de infância como durante os anos de jardim de infância.
Eles dedicam hoje mais tempo à alfabetização avançada e conteúdo de matemática, instrução dirigida pelo professor e avaliação, e substancialmente menos tempo para arte, música, ciência e atividades selecionadas pelas crianças. As alterações foram mais acentuadas para as escolas que atendem altas proporções de crianças de baixa renda e não-brancas.”
Refletindo sobre a Finlândia, Erika diz no The Atlantic:
“Aqui está o que os finlandeses, que não começam uma instrução formal de leitura antes de 7 anos de idade, têm a dizer sobre a preparação de pré-escolares para ler: “A base para o início da alfabetização é que as crianças tenham atenção e ouçam … que elas tenham falado e conversado, que as pessoas tenham discutido [coisas] com elas … Que elas tenham feito perguntas e recebido respostas. “
Ou seja, há opções bem sucedidas ao estudo da Lemann. É preciso ter claro que a opção pela orientação Lemann reproduz caminhos que conduzirão a efeitos nefastos para a formação de nossas crianças, como de resto a pesquisa tem sucessivamente evidenciado.
https://avaliacaoeducacional.com/2015/12/20/educacao-infantil-esta-virando-ensino-fundamental/

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil 

  Com reconhecimento da Educação Infantil como direito social das crianças e dever do Estado, afirmado na Constituição Federal de 1988,  fruto de grande debates envolvendo diferentes setores da sociedade, como os movimentos das mulheres, de trabalhadores, educadores e de redemocratização do país. Tem seu reconhecimento através da Lei n° 9.394/96, Art. 29. como a primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5(cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. 
      Historicamente essa etapa passou por diversos processos, recentemente o que se tem debatido é que práticas pedagógicas  devem ser adotadas para garantir o ensino e o desenvolvimento de crianças em espaços coletivos. Tendo em vista a não antecipação de conteúdos que serão trabalhados no Ensino Fundamental.
       Com o intuito de  orientar essas concepções e práticas, o Ministério da Educação (MEC) lançou a Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. As Diretrizes apresentam a concepção de Educação Infantil vigente e estabelecem os princípios éticos, políticos e estéticos que devem guiar as propostas pedagógicas desse ciclo. Essas propostas devem ter como objetivo “garantir à criança acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças”. 
       Este documento determina que as instituições de Educação Infantil devem atender à função sociopolítica e pedagógica na educação e no cuidado das crianças, complementando o papel das famílias, na promoção da igualdade entre crianças de diferentes classes sociais no acesso a bens culturais e na vivência da infância etc. Também apresenta orientações a propostas pedagógicas para crianças de diferentes culturas. A Resolução  estabelece ainda diretrizes para acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação. 
       Cabe a cada Secretaria de Educação e Instituições de Educação Infantil fornecer este documento para todos os profissionais que trabalham nas Instituições. 
Para ler a Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, acesse:

Contribuições para a política nacional: A avaliação em Educação Infantil a partir da Avaliação de Contexto


A avaliação em Educação Infantil uma contribuição dos integrantes do Projeto “Formação da Rede em Educação Infantil: Avaliação de Contexto” para a política nacional de avaliação em Educação Infantil. O projeto é uma ação da Universidade Federal do Paraná com outras universidades brasileiras (Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade do Estado de Santa Catarina), além da universidade italiana – Università degli studi di Pavia/Itália – e conta com a par-ceria técnica e financeira da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação.

Aprender Linguagem – Como as interações com o bebê contribuem para o desenvolvimento da linguagem?

Como será que as crianças aprendem linguagem? Qual será o caminho para que consigam se comunicar? Como é a aprendizagem das primeiras palavras? E das primeiras frases? Confira nossa nova série de posts sobre o assunto!
Captura de Tela 2016-06-12 às 10.43.19
Aprender linguagem e ampliar as possibilidades de comunicação  é uma tarefa complexa, realizada cotidianamente em pequenos passos. Em cada fase da vida da criança as conquistas são múltiplas e cabe aos adultos oferecer as oportunidades para que esse processo aconteça da maneira mais favorável possível. A plataforma Aprender Linguagem do Laboratório de Educação nos convida a passear pelos diversos momentos que compõem a aquisição da linguagem, dos 0 aos 5 anos, esclarecendo o que acontece em diferentes situações. O Toda Criança Pode Aprender vai inaugurar, com base nesse material, uma nova série de posts, provocando reflexões sobre elementos que fazem parte da aprendizagem inicial da linguagem. Vamos lá?
Para começar, vamos nos focar nas crianças de 0 a 18 meses. As primeiras experiências e contatos com o mundo, conforme já vimos na nossa série sobre desenvolvimento infantil, serão extremamente importantes e marcantes. Entre essas vivências iniciais, destaca-se o contato com o cuidador principal do bebê, com quem ele possui um laço profundo, construído a partir do afeto do adulto e de sua oferta de proteção e cuidado.
Essas primeiras interações que ocorrem entre o bebê e seu cuidador são fundamentais. Entre os dois, estabelece-se uma díade, ou seja, uma ligação muito forte e consistente a partir da qual as repetições constantes das situações de alimentação, higiene, acolhimento etc. começarão a dar valor comunicativo a olhares, sons e gestos. Essas ocasiões em que o cuidador está cara a cara com a criança num jogo de “ações” e “reações” são chamadas de marcos e se apresentam como oportunidades especiais para que a fala do adulto esteja presente. Há um diálogo em questão que futuramente dará sentido às trocas sociais e à inserção no mundo da linguagem. Vejamos um exemplo:
Captura de Tela 2016-06-12 às 10.44.17
Essa situações se estabelecerão até que façam parte da rotina do cuidador com o bebê. À medida que as vivências da criança vão sendo integradas às palavras do adulto, o sentido da linguagem se estabelece. Assim, um desconforto desconhecido pouco a pouco será circunscrito como fome, cólica, ou sono, por exemplo. Da mesma maneira, uma sensação boa será traduzida como alegria, animação, bom humor… Mesmo que a criança não possa responder ou se comunicar de modo a ser compreendida socialmente, ela aos poucos irá encontrar gestos, vocalizações e expressões que se repetirão em contextos semelhantes, representando uma intenção. Esse processo chamado verbalização será a primeira etapa para a aquisição da linguagem falada.
http://www.todacriancapodeaprender.org.br/aprender-linguagem-como-as-interacoes-com-o-bebe-contribuem-para-o-desenvolvimento-da-linguagem/

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Formação Continuada mês de Abril/2016


    A formação continuada para os profissionais da Educação Infantil, organizado pela Coordenação Pedagógica do município tem por objetivo a capacitação dos profissionais que atuam diretamente com as crianças nos Centros de Educação Infantil. Compreende-se que um trabalho pedagógico feito com base em conhecimento teórico e metodológico sobre a Educação Infantil, incluindo o compromisso profissional, possibilitará avanços na aprendizagem e desenvolvimento infantil. Segundo Machado (2010, p.2), “o trabalho precisa articular as ações de educação e cuidado, de forma que as situações apresentadas às crianças propiciem aprendizagens que possibilitem o desenvolvimento em todas as suas dimensões”.          
          Os encontros tem a finalidade de proporcionar aos professores momentos para reflexões e estudos, onde os mesmos possam preparar as novas gerações como indivíduo singular, sendo que o desenvolvimento humano é um processo que não é natural. Assim cabe ao professor pensar as relações entre o ensino e desenvolvimento, adaptando as atividades pedagógicas às características de cada período psíquico da criança.

Inslane Roussenq Fortunato Felipe
   Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil