Li hoje no Le Monde: maior ludicidade para o equivalente à nossa educação infantil na França. Frear a escolarização da educação infantil. Eis aí o que se apresenta nas orientações escolares para o próximo ano escolar, que se inicia em setembro nas escolas francesas. Ao invés de iniciar precocemente a escrita, a ordem do dia é promover o desenvolvimento infantil. E nós vamos na contramão de tantos países que resolveram desacelerar o tempo e diminuir as expectativas colocadas na criança pequena. Quando fui para França fazer o doutorado, tive o privilégio de participar do CRESAS, centro de pesquisa com uma estrutura autogestionária inovadora. Um dos temas de pesquisa era justamente sobre a escola maternal. Fui para uma destas escolas maternais, turma de 4 anos e me surpreendi com o tempo longo que era reservado para atividades de escrita. Com a reforma de 2002/2003 o currículo passou a privilegiar movimento, música, desenho, teatro, além de contação de história, poesia e recitação. Agora, mexendo outra vez no currículo, a França se aproxima pedagogicamente daquilo que Wallon já preconizava: à criança cabe viver sua infância. É o que neurocientistas estão revelando: brincar é um processo complexo de desenvolvimento e de aprendizagem. E além disso, um direito de toda criança, um direito humano.
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Postado em: 07 de julho de 2014